terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ceará tem melhor nota no NE em educação

As escolas públicas do Ceará ficaram com nota 3,9, enquanto as instituições da rede privada com média 5,9
A média está longe de dez, mas o Estado parece ter passado de ano na avaliação da Prova Brasil 2009. Os dados finais do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foram divulgados ontem e dão o valor de 3,9 para o Ensino no Ceará, com seis décimos acima da meta de 3,3. As turmas de 4º, 5º, 8º e 9º anos de toda a rede, pública e privada, foram avaliadas.

O valor deixa o Ceará na liderança, com a melhor nota do Nordeste tanto na totalidade das instituições (3,9) como na rede pública (3,6). A média nacional de 3,6 ficou "coladinha" com a geral do Estado. Já Alagoas teve o pior Ideb das escolas públicas da região, com 2,7.

Apesar de satisfeitos com os resultados, os gestores da educação comentaram que o índice está baixo, poderia estar maior, perto da casa do cinco ou seis.

Um dado é contrastante: a diferença sentida entre os ensinos gratuitos e os particulares. As escolas públicas do Ceará ficaram com nota 3,6, enquanto as instituições da rede privada com média bem acima, de 5,9.

Mais de 250 mil alunos participaram da avaliação em 2009. Uma nova Prova Brasil deve ser realizada até dezembro.



Pesquisa Ideb: no Ceará, 250 mil alunos participaram da prova realizada em 2009 pelo Ministério da Educação


Disparidades
Para o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Wagner Andriola, especialista em produtividade de pesquisas, os dados devem ser vistos com bastante cautela, pois acabam generalizando o cenário.

"Sendo um valor médio, haverá escolas com desempenho superior e outras com desempenho inferior. Desse modo, caberá aos responsáveis reconhecer o mérito das melhores escolas e resgatar as escolas cujo Ideb esteja aquém da meta" ressalta.

O ideal seria, conforme Andriola, estabelecer ações de modo a se alcançar o pleno desenvolvimento de todos os alunos e escolas, sem exceções.

O vice-presidente do Sindicatos dos Professores e Servidores do Estado (Apeoc), Reginaldo Pinheiro, afirma que os índices poderiam estar melhores sim. "Temos muita capacidade para chegar a uma nota seis ou sete. Quem sabe até um dez nos próximos anos. Falta a gestão pública priorizar mais o financiamento", disse Pinheiro. A categoria está em greve desde o dia 5.

Em Fortaleza, os números revelam alguns avanços. O ensino público municipal de Fortaleza teve uma linha crescente, passando de 3,3, em 2005, para 3,9 em 2009 nas primeiras séries do Ensino Fundamental (EF) e de 2,8 para 3,5 para as últimas séries do EF. A média geral da Capital no Ideb 2009 ficou em 3,3, superior à meta de 2,7.

Para a coordenadora do Departamento de Gestão Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (SME), Flávia Góes, os avanços no setor são lentos e a longo prazo. "Cada ponto que se sobe é algo muito positivo. A melhora está se dando por conta de mais investimentos na área de planejamento e ações de alfabetização", ressalta.

Ela comenta, também, que há ainda muito desnivelamento entre as escolas de Fortaleza, umas teriam uma nota cinco, por exemplo, e outras dois.

A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) informou que os resultados possibilitam perceber que a política pública, com foco na alfabetização, vem corroborando para a melhoria dos índices. No cenário nacional, o Ceará apresenta-se como o que mais cresceu no Ideb entre os anos de 2007 e 2009.

ENSINO FUNDAMENTAL
PNE estipula média 6,0 para o Brasil em 2021
Se o Ceará ficou acima das médias do Nordeste e as nacionais no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na Prova Brasil de 2009, o valor, entretanto, ainda está longe das metas estipuladas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), documento que estabelece 20 passos para se ter uma educação de qualidade até 2020.

A meta sete parece bem ousada. Quer que, em 2021, o Brasil tenha um Ideb, da educação nos primeiros anos do Ensino Fundamental (EF), de valor 6,0 e de 5,5 para os anos finais. Para 2011, a estimativa é que o índice fique em 4,6 no 4º e 5º ano do EF e 3,9 para o 8º e 9º ano.

A primeira meta é tentar universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e ampliar, até 2020, a oferta de Educação Infantil de forma a atender a 50% das crianças de até três anos. O projeto de lei que cria o PNE foi enviado pelo Governo Federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010. O novo prevê formas de monitoramento das políticas públicas.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1030517

domingo, 14 de agosto de 2011

São Paulo promove 1ª Olimpíada de Filosofia do Estado

Informação que eu vi no blog filosofiaensina.blogspot.com e estou reproduzindo aqui:

No próximo dia 24 de setembro acontece, no campus da Universidade Federal do ABC, a 1ª edição da Olimpíada de Filosofia do Estado de São Paulo, que terá como tema central “O o mundo é admirável?! O que nos torna plenamente humanos?”. Estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio – das redes pública e privada – participarão de duas etapas de trabalho que consistem no trabalho realizado nas escolas pelos professores e no encontro de todos os alunos na Olimpíada.

Na primeira etapa, cada professor de Filosofia propõe atividades didáticas livres sobre o tema central, que podem ser oficinas, teatro, poesia, desenho, vídeos, fotografia, exposições, música, entre outras formas de expressão artística que expressem o conceito filosófico. Na segunda etapa, os alunos inscritos irão apresentar os trabalhos desenvolvidos e debater o tema em forma de comunidades de investigação.

Com um espírito de acolhimento das diferenças, o evento pretende convocar alunos para um exercício de investigação solidária, como já vêm acontecendo em outros países há mais de uma década. Em 1995, a Unesco recomendou a promoção das Olimpíadas de Filosofia tanto na esfera nacional, como internacional, a fim de estimular o interesse dos jovens por essa disciplina. Na América Latina o evento já acontece em países como Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Peru e Colômbia. No Brasil, as Olimpíadas de Filosofia foram realizadas apenas no Estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com Luiz Pires, um dos organizadores do evento, as Olimpíadas de Filosofia do Estado de São Paulo têm como meta central o estímulo do pensamento e do trabalho em equipe. “Não se pretende, como o nome do evento poderia erroneamente sugerir, nenhum tipo de competição. A ideia é acolher, em um mesmo espaço, diferentes propostas, fomentando a colaboração, a troca de experiências, a interlocução, o diálogo investigativo, de modo que novos processos filosóficos criativos sejam construídos”, afirma.

Além disso, o evento também promove a integração entre as escolas, o fortalecimento do vínculo entre a Universidade e a Comunidade e o reforço dos objetivos do Ministério da Educação de reintrodução da Filosofia como disciplina obrigatória no Ensino Médio. “De maneira mais específica, as Olimpíadas de Filosofia do Estado de São Paulo buscam aprimorar as habilidades de ler e escrever textos filosóficos, vivenciar o questionamento, a investigação de conceitos e a criação de novas possibilidades de pensar, promover a interface entre a Filosofia e outras áreas do conhecimento e fomentar a participação dos discentes da Educação Básica como agentes criadores e responsáveis pelas atividades”, explica Patrícia Del Nero Velasco, coordenadora do curso de Licenciatura em Filosofia da UFABC.

Maiores informações no site: http://olimpiadasdefilosofia2011.wordpress.com/


Fonte: http://www.revistaespacoup.com.br/blog/index.php/2011/08/04/sao-paulo-promove-i-olimpiada-de-filosofia-do-estado/

Escolas reinventam o saber

Os novos suportes tecnológicos favorecem a compreensão da matéria e permitem aos alunos aperfeiçoar o raciocínio

No colégio 7 de Setembro, os alunos têm aulas com a aplicação dos conteúdos das disciplinas em tablets
Quando poderíamos imaginar que um dia as aulas contariam com tablets, livros digitais, laptops e até computadores? Hoje, isso já é uma realidade bem próxima dos alunos. Essas novas tecnologias funcionam como ferramentas pedagógicas que reinventam métodos de estudo. É uma nova maneira de estudar e aprender e um mundo que está sendo descoberto.

O interesse das crianças por equipamentos de nova geração é grande. Até porque os laptops, os tablets e outros surgiram junto com elas. Os suportes favorecem, ainda, a compreensão da matéria, permitem aos alunos aperfeiçoar o raciocínio e ajudam especialmente a articular os conceitos da disciplina. Além disso, despertam o gosto pela leitura, sobretudo quando são usados os livros digitais.

Para a professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Xênia Diógenes Benfatti, as novas tecnologias estão chegando tardiamente às escolas. "Há mais tempo as crianças já deveriam estar usufruindo desses equipamentos. Pensar a escola sem esses recursos é pensar em um isolamento. As unidades escolares não podem se alijar desse processo, afinal, vivemos numa época de globalização".

De acordo com a professora, o papel dos equipamentos de nova geração é levar o que há de bom para os alunos. Porém, Xênia alerta que é preciso haver organização, planejamento e uma reflexão crítica. A administração do tempo de uso é fundamental. "O exagero leva á nocividade. A introdução dos equipamentos não pode ser de maneira aleatória. Temos de dar um tratamento necessário a todo o processo. Compete ao professor aproveitar bem os recursos. Existe um universo de possibilidades no mundo tecnológico".

O colégio 7 de Setembro já trabalha tablets na sala de aula e lousas digitais. Atualmente, o equipamento é utilizado em atividades extras, mas, aos poucos, está sendo introduzido nos conteúdos programático. As turmas podem interagir com os planetas do sistema solar ou dissecar uma rã na tela do iPad.

Diversão
Aquela figura chata da crosta terrestre do livro de Geografia se tornou divertida com a utilização do aplicativo. Os tablets são uma ferramenta pedagógica maravilhosa, mas são eles que se adequam ás aulas dos professores e não o contrário. Os alunos chegam ao ponto de pedir aulas. "Aprendi a apagar e a desenhar no tablet. Acho melhor as aulas em que podemos mexer nos iPads", diz Gabriel Mota da Silva, de seis anos.

Não só as escolas particulares estão se adequando à essa nova realidade, mas também as públicas. A unidade municipal Monteiro Lobato, hoje, trabalha com laptops na sala de aula, por meio do programa "Um Computador por Aluno" (Prouca), do Ministério da Educação, implementado desde 2005.

Para o coordenador do Departamento de Tecnologia da Informação da Secretaria Municipal de Educação (SME), David dos Santos Lima, trata-se de um projeto que veio para fortalecer as tecnologias da informação. "O programa se expandiu para mais 100 escolas e, atualmente, são 240 laboratórios". O propósito é complementar as aulas tradicionais.

Segundo a diretora Carolina Oliveira, a introdução das novas tecnologias na escola deu certo. "Contribuimos para o aprendizado. As crianças trocam informações e têm vontade de frequentar as aulas. Hoje, não temos evasão escolar, mas briga por vagas". Para Mardyla Lopes, de 10 anos, tudo se tornou mais interessante com os laptops. Podemos pesquisar os assuntos das matérias no computador e descobrir um novo mundo".


PROJETO
100Escolas já fazem uso do programa Prouca, do Ministério da Educação, que levou computadores portáteis como ferramentas pedagógicas para incrementar as aulas


OPINIÃO DO ESPECIALISTA
A tecnologia abre novas possibilidades
Hoje, existem um fenômeno que as crianças já nascem com o computador. Elas saem do berço direto para o teclado. Mas não é só isso. Existe a necessidade de socialização. Hoje, a internet não é só meio de comunicação, mas é uma ferramenta de convivência. Algumas escolas adotam, inclusive, computadores initerruptamente.

Os tablets vieram para trazer um outro tipo de interação na sala de aula, que é mais natural. Eles respeitam o paradigma de uso do caderno e do livro, que é o manual. Com esses equipamentos é possível imitar o que usualmente fazemos durante as aulas, ou seja, anotar rápido, rabiscar e ver figuras.

Os tablets não são recentes. Eles já existem desde 2000, mas não vingaram porque os sistemas operacionais eram os mesmos dos PC´s. Antes, utilizávamos as canetas como instrumentos de acessar as telas dos tablets. Porém, com o dedo o processo fica mais natural, mais parecido com o livro. O tablet é a versão eletrônica do livro e do caderno.

Atualmente, nós temos cultura tecnológica que emerge naturalmente e temos tecnologia disponível para aproveitar essa cultura como catalisador do processo educativo. No entanto, é preciso ter cuidado com a segurança das crianças. Afinal, esses equipamentos estão conectados á internet que expõe conteúdos impróprios. É necessário criar aplicativos para que elas não tenham acesso a tudo. São novas possibilidades que se abrem para os alunos.


Pablo Ximenes
Professor de Ensino Superior

DOM HÉLIO CAMPOS
Rádio Escola estimula aprendizagem
A escola estadual Dom Hélio Campos inovou com a introdução de uma Rádio Escola que, hoje, é referência como o único projeto neste estilo, no portal do professor do Ministério da Educação. Tudo é feito virtualmente e o projeto trabalha leitura, escrita, a oralidade e redação, como destaca a diretora da escola, Maria da Conceição Alexandre. A Rádio Escola tem em sua programação as rádios novelas nos moldes das que eram realizadas antigamente. "Eles fazem a escolha dos personagens, planejam e montam os episódios", conta a diretora. Segundo Conceição, tudo é discutido entre os alunos que fazem parte da rádio e os professores, desde a trilha sonora até a etapa final dos programas. Fora isso, todas as atividades comemorativas fazem parte da programação da rádio, além da divulgação de notícias, até o cardápio da merenda, tudo ao vivo, veiculado na hora do intervalo das aulas. A diretora acrescenta que esta é uma ferramenta que as escolas particulares não têm.

Alunos da escola Dom Hélio Campos fazem uma Rádio Escola com programas diversificados, como novelas ao vivo e notícias

Para que a Rádio Escola funcione, são utilizados equipamentos, como microfones, mesa de som, fones de ouvido, gravador digital e os computadores, adquiridos pela escola por meio do programa "Mais Educação", do MEC.

Conceição destaca que a rádio acaba sendo atrativo da comunidade que está no entorno do colégio, localizado no Pirambu. "O projeto tem uma função educativa. É uma verdadeira ferramenta metodológica para os estudantes", afirma.

Além disso, a escola conta, hoje, com dois laboratórios de informática, com 25 computadores. "Isso tudo incentiva para que os professores usem novas tecnologias", ressalta da diretora. Segundo ela, os docentes se planejam e levam novas propostas de trabalho para a unidade.

Quando não têm aula, os alunos sentem falta das atividades na Rádio Escola que são realizadas no turno oposto. De acordo com Conceição, houve uma melhoria no interesse dos alunos com a implementação do projeto Rádio Escola. "Os meninos faltam menos e nós conseguimos muitas matrículas". O Ideb cresceu de 1.9 para 3.2, de 2008 para 2009.

Para Janeson Araújo, de 12 anos, integrante da equipe da rádio, o projeto ajuda na aprendizagem. "Ficamos com vontade de frequentar as aulas". Já Tailane Moraes, de 13 anos, também da equipe, acredita que é educativo.

FONTE: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1026206